Ricardo Rodrigues, researcher at INESC-ID, is part of the group of 8 volunteers from the solidarity movement “Sopa Para Todos”, which intends to help the necessary families and, at the same time, support the restoration. It was from your hands that the website was created where the adherent requirements can be consulted in an interactive map.

 

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Ricardo Rodrigues, investigador do InescID, integra o grupo de 8 voluntários do movimento solidário “Sopa Para Todos”, que pretende ajudar as famílias necessitadas e, ao mesmo tempo, apoiar a restauração. Foi das suas mãos que nasceu o website onde podem ser consultados os estabelecimentos aderentes num mapa interativo.

 

Nascido há cerca de dois meses, o movimento solidário “Sopa para Todos” pretende ajudar as famílias necessitadas e, ao mesmo tempo, apoiar a restauração. O processo tem tanto de simples como de nobre: quem quiser ajudar, basta deixar uma sopa paga num estabelecimento aderente, pessoalmente ou por MBWAY, para quem não tem possibilidade de a comprar. Apesar de recente, a iniciativa solidária tem captado atenções, ajudado muitas pessoas, e o número de restaurantes aderentes cresce de dia para dia. A equipa por detrás desta iniciativa conta apenas com 8 voluntários, um deles é o aluno de doutoramento do Técnico e investigador do INESC-ID, Ricardo Rodrigues.

A ideia de criar o “Sopa para Todos” parte de uma amiga do investigador do INESC-ID, Ana Baião, depois de observar a alegria nos olhos de um homem a quem tinha sido oferecida uma sopa. Imediatamente, a fundadora do movimento procurou por aplicações ou projetos nacionais que lhe permitissem deixar uma sopa paga para quem precisasse. Na falta de alternativas, e ao perceber que havia muitas pessoas interessadas em ingressar num movimento com estes moldes, decidiu criar um grupo de Facebook com o objetivo de ajudar a reerguer a restauração e simultaneamente ajudar famílias com um simples ato de deixar uma sopa paga. O grupo, criado a 2 de fevereiro deste ano, já tem mais de 20 mil membros, e deu origem ao movimento que hoje faz a diferença em tantas vidas.

Ricardo Rodrigues lembra que o seu envolvimento neste projeto surge “por sorte” e como resultado da amizade que tem com a fundadora: “ao partilhar novidades sobre o movimento, comentou comigo a falta de uma boa plataforma onde se pudesse visualizar todos os estabelecimentos aderentes”. O investigador do INESC-ID percebeu de imediato que poderia usar o seu conhecimento em informática e computação em prol desta iniciativa. Hoje é um dos voluntários do “Sopa para Todos”, e foi das suas mãos que nasceu o website onde podem ser consultados os estabelecimentos aderentes num mapa interativo. Além de Ricardo Rodrigues, há também uma alumna do Técnico que faz parte projeto e que integra a equipa do website, a engenheira Rute Lemos, e todos os interessados são bem-vindos para reforçar o grupo de trabalho.

Ao abrir o site é reconfortante ver que o movimento solidário já se estendeu a todo o país, existindo mais de 100 restaurantes aderentes espalhados por Portugal Continental.  Ainda que a maior incidência seja em Lisboa e arredores, a iniciativa já chegou a mais de 10 distritos. Há inclusive estabelecimentos a oferecerem refeições completas, que são deixadas pagas. “Ainda temos, no entanto, muitas zonas do continente sem qualquer restaurante aderente, nomeadamente o interior do país, o norte alentejano e a zona de Trás-os-Montes. Nos Açores e Madeira já recebemos pedidos de ajuda e pessoas interessadas em ajudar, mas ainda não temos estabelecimentos aderentes. Esperamos que, com uma maior divulgação do movimento, mais restaurantes comecem a aderir e possamos ajudar mais pessoas”, refere Ricardo Rodrigues.

Se quiser aderir à rede de estabelecimentos aderentes apenas têm que manifestar esse interesse para o e-mail  com o assunto “Registo de estabelecimento”, e rapidamente será contactado com um pedido de mais informações para que a adesão seja oficializada. Ricardo Rodrigues sugere que “o estabelecimento adira ao grupo do facebook do “Sopa para Todos” para que possa ir partilhando o seu trabalho, as suas necessidades e as suas conquistas”.

Um movimento que não tem parado de crescer e de ajudar quem mais precisa

A adesão ao movimento tem surpreendido a equipa “desde o primeiro dia”. “Em menos de 24h tínhamos mais de mil pessoas no grupo de Facebook e o movimento só acelerou. Nenhum membro da equipa, eu incluído, tinha experiência com uma gestão de um projeto desta escala e levou algum tempo até a equipa se adaptar”, recorda o aluno do Técnico.  “Atualmente temos 8 voluntários na administração do movimento e temos de escalar bem o esforço para que tudo funcione bem de forma a equilibrar com todo o tempo das nossas vidas familiares e profissionais”, aponta ainda.

Ainda assim, a vontade de fazer a diferença e de ajudar, e todo o feedback recebido superam tudo isto. “Tivemos restaurantes a dizer-nos que sem o movimento já tinham fechado portas. Pessoas a agradecer porque conseguem comer”, relata Ricardo Rodrigues.  “A verdade é que o movimento só é possível porque há pessoas e estabelecimentos que querem ajudar e oferecer comida aqueles que precisam, nós apenas fazemos a ponte que permite ligar todas estas pessoas”, vinca o aluno do Técnico.

A equipa do “Sopa para Todos” é regularmente confrontada com uma questão que tantas vezes assombra a solidariedade: “como fazem a filtragem para que apenas os que precisam recebam a ajuda?”. A resposta vem com um tom de honestidade, próprio de quem tem como foco principal ajudar: “deixamos que essa gestão e seleção seja feita pelo bom senso e pelo conhecimento das necessidades da comunidade local, bem como pelas redes de suporte dos estabelecimentos aderentes”. “A verdade vem sempre ao de cima, por isso vamos focar-nos na verdade de quem mais precisa e nas conquistas feitas neste sentido”, sublinha Ricardo Rodrigues.

E a realidade é que há cada vez mais pessoas a precisar, e o foco deste movimento é chegar a todas elas, “principalmente aos que entraram em situações mais precárias recentemente e que ainda têm muita vergonha em pedir ajuda”, salienta Ricardo Rodrigues. “Para quebrar estas barreiras, os estabelecimentos aderentes precisam da ajuda da comunidade para sinalizar com a devida privacidade e descrição estas situações para que seja ajudado realmente quem precisa”, declara o aluno de doutoramento. “Uma coisa que, neste momento, podemos garantir, e, aí podemos dar certezas, é que já estamos a chegar a famílias que estavam realmente a precisar e saber que fazemos a diferença nesse sentido já faz tudo valer a pena”, colmata o investigador.

 

Visite: https://sopaparatodos.pt/ 

 

Fonte: Técnico